Nota Oficial

Assunto: Obras de Duplicação da BR-262


Nesta semana, mais precisamente no dia 2 de maio de 2018, tive a felicidade de presenciar a instalação da placa da licença ambiental para o inicio dos trabalhos na ponte que fica em frente à Casa da Bica, na altura do Km 69.5 da BR-262.

 

Várias pessoas questionaram sobre os impactos da duplicação sobre a Casa da Bica, à Água Pedra Azul e ao meio ambiente, visto que temos a cachoeira pertencente ao córrego Boa Vista e o Rio Jucu Braço do Sul próximos da rodovia. Sempre respondo aos questionamentos indicando que vão haver impactos em vários aspectos, mas depois da execução das obras os benefícios gerados para a sociedade serão muito maiores. Digo sempre que vamos ganhar uma rodovia duplicada como corredor turístico, de modo a trazer segurança, agilidade e conforto aos usuários: A BR-262 que tanto é questionada atualmente vai passar a ser aliada de nós para promover cada vez mais o Estado do Espírito Santo, dentro e fora do Brasil.

 

Defendo que a duplicação e a Casa da Bica, assim como vários outros empreendimentos que existem ao longo da rodovia podem coexistir, pois nada como um bom projeto para que os interesses de ambos os lados se alinhem e sejam atendidos. Lembro muito de uma conversa com um representante do DNIT no ano de 2017, em que me disse que não é por que tem a duplicação que a Casa da Bica vai ser prejudicada, e não é por que tem a Casa da Bica que a duplicação será prejudicada. Pelos motivos acima citados, sempre defendemos a duplicação da BR-262, por acreditar que o transtorno passa e a obra fica.

Passamos por momentos difíceis devido ao incêndio ocorrido em agosto de 2016, o qual destruiu grande parte de nossas instalações. Apesar disso, mantivemos os empregos de nossos funcionários, chegando até a arcar com os salários e benefícios deles mesmo parados, enquanto construíamos as estruturas provisórias de atendimento e produção de alimentos, de modo a continuar a atender nossos clientes até que a estrutura definitiva ficasse pronta.

 

Agora, com a obra praticamente pronta, estamos num impasse, pois se a obra for executada conforme citado pelos representantes do DNIT, nossa capacidade de atendimento será novamente limitada, com a previsão de impacto na ordem de 50%. Desta forma, inevitavelmente haverão demissões de pelo menos metade dos funcionários, pois a empresa depende de vendas e neste cenário seria insustentável a manutenção destes empregos, fato que pode ser evitado caso o projeto seja revisto e atualizado de modo a humanizar e adapta-lo à realidade local, visto que também há fatores ligados ao meio ambiente, pois os impactos ambientais podem e devem ser os menores possíveis.

 

Alguns dos meus funcionários já me questionaram acerca deste problema, perguntando se eu iria demiti-los, porém eu disse a todos eles que não depende nem de mim, nem da empresa, mas que faria o possível para manter tanto o emprego deles, quanto os clientes e a capacidade de atendimento da Casa da Bica.

 

Devido à grande importância que representa o turismo para nossas atividades, pois é através dele que podemos divulgar nossas riquezas naturais e culturais para o Brasil e o Mundo, não mediremos esforços para que as obras de duplicação da BR-262 sejam realmente compatíveis, não somente com a Casa da Bica, mas com toda a nossa região, ecossistema e a sociedade, de modo que traga benefícios nos mais variados aspectos, como segurança, mobilidade e sustentabilidade.

 

Não há nada que um bom projeto não resolva, principalmente se este for humanizado e adequado à realidade local.

 

Acreditando que o diálogo é o melhor caminho para resolver estas situações, reitero que nossa intenção não é prejudicar o andamento das obras, mas chegar num consenso em que todos possamos trabalhar juntos e desempenhar melhor as nossas funções.

 

Me coloco a disposição para que possamos buscar este entendimento.

 

Cordialmente,

 

Paulo César Gilles

Proprietário